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Divino Lorenzoni tem motivos para comemorar. Há dois anos ele estava desempregado e sobrevivia de bicos. Esse Natal ele passou com a carteira assinada. Trabalho garantido por pelo menos um ano. São os sinais da retomada de crescimento depois de três anos de muitas demissões e de engavetamento de projetos. “O trabalho é o que dá dignidade para um pai de família. A gente se sente um nada sem ter como colocar comida dentro de casa”, revela Divino.

Para o engenheiro civil Ricardo Lora, da Construtora Bastian e Lora, o caso de Divino não é isolado: “Eu voltei a contratar na empresa e consegui recontratar pessoas que tive que desligar em 2016 por conta da crise. O otimismo no setor está em alta para o próximo ano”.

Ricardo é vice-presidente e coordenador de Comitê de Inovação, Materiais e Tecnologia do Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Oeste do Paraná). Para ele, a leitura que se pode fazer de 2018 é de um processo de reestruturação, readequação e otimização da construção civil. “Quando a crise chegou foi preciso se reinventar para se manter no mercado. Isso foi o que ficou de bom da crise, a otimização e a readequação. Isso sem contar que 2018 teve a volta da confiança, tanto com novos lançamentos de incorporações como as recolocações de profissionais, muita coisa que estava engavetada começa a sair do papel, esse também é o meu caso. Claro que não se pode pensar nisso sem considerar o cenário político brasileiro”.

A confiança agora é de um ano de prosperidade para o mercado imobiliário em 2019. Um trabalho a ser galgado de degrau em degrau. Para o engenheiro, a recuperação efetiva se dará em quatro ou cinco anos. “Nota-se o otimismo de clientes e investidores, seja para construção de silos de armazenamento, seja para um empreendimento comercial ou a construção da casa própria. A oferta de crédito ainda não retornou, mas as esperanças são para que isso ocorra logo no início do próximo governo. A Caixa promete voltar a oferecer mais recursos para a casa própria ano que vem. Isso é bem positivo”, completou Ricardo.

Sonho de Edilene Santana. Ela estava prestes a comprar um apartamento em 2016 quando ficou desempregada. Seguiu com o aluguel, mas o sonho de um lar próprio não foi esquecido. “Se Deus quiser, isso vai acontecer em 2019. Estou em um novo emprego e desejo muito isso”.

 

Expectativa

Ricardo Lora afirma que a construção civil cresceu neste ano que chega ao fim, mas que uma elevação maior é dada como certa para 2019. “Também não temos como projetar o percentual de crescimento para o próximo ano, mas a maioria das construtoras está reativando projetos, recontratando… isso é um excelente sinal para avanço e crescimento deste e de diversos outros segmentos também, como o de materiais de construção, o mercado imobiliário, os arquitetos, os engenheiros, os projetistas. É toda uma cadeia de crescimento”, avalia, confiante.

Confiança é a melhor desde 2014

O ICST (Índice de Confiança da Construção), calculado pela FGV (Fundação Getulio Vargas) subiu 0,8 ponto em dezembro na comparação com novembro e alcançou 85,5 pontos. É o maior nível desde dezembro de 2014, quando chegou a 88,8 pontos.

Segundo a pesquisadora da FGV Ana Maria Castelo, os empresários perceberam melhora no ambiente de negócios da construção ao longo de 2018, “mas isso não vai se traduzir em um resultado positivo para o PIB [Produto Interno Bruto] do setor”.

O Índice de Situação Atual, que mede a percepção sobre o presente, subiu 0,6 ponto de novembro para dezembro e chegou a 74,7 pontos, o maior nível desde abril de 2015 (75,5 pontos).

O Nível de Utilização da Capacidade do setor avançou 1,9 ponto percentual, para 66,6%. As expectativas de recuperação da demanda do setor estão se refletindo positivamente nas intenções de contratação.

A proporção de empresas que relatam redução no quadro de pessoal para os próximos meses caiu de 26,2% em dezembro de 2017, para 20,5% em dezembro de 2018. A parcela que reporta aumento subiu de 13,9% para 19,5%.

 

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